padre17maiARTE KIKO
O Evangelho deste domingo nos conduz ao Cenáculo, onde ouvimos algumas das palavras de Jesus, pronunciadas no seu discurso de despedida antes da Paixão. Após lavar os pés dos discípulos, um gesto de humildade e serviço, Ele lhes entrega um ensinamento central para a vida cristã: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13, 34).
Mas o que torna esse mandamento “novo”? O mandamento do amor já era conhecido no Antigo Testamento. A novidade está em “como eu vos amei” — ou seja, o amor de Cristo se torna a nova medida. um amor total, que se doa inteiramente, que se realiza plenamente na Cruz. Um amor universal, incondicional e ilimitado, que nos amou primeiro, apesar das nossas falhas, misérias e limites humanos.
Ao nos conceder este novo mandamento, Jesus nos convida a amar não apenas com as nossas forças humanas, mas com o próprio amor Dele, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. É esse amor divino, e não apenas humano, que nos capacita a amar de forma verdadeiramente cristã — não apenas como amamos a nós mesmos, mas como Ele nos amou, ou seja, imensamente mais.
Esse mandamento tem o poder de transformar vidas e renovar os relacionamentos. O amor de Cristo não apenas consola; ele converte, renova e envia. Ele é a única força capaz de transformar corações de pedra em corações de carne, de curar feridas profundas e de tornar possível o impossível: amar os inimigos, perdoar os ofensores, romper ciclos de ódio e violência.
A vivência do mandamento do amor é, portanto, o caminho seguro para uma sociedade mais fraterna e reconciliada, onde a esperança pode florescer mesmo nos contextos mais áridos. Que possamos, com humildade e confiança, invocar o Espírito Santo e permitir que o amor de Cristo nos transforme por inteiro.
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