"Isso Não É Jazz e Blues" desafia o circuito oficial e dá luz aos artistas locais em Rio das Ostras
Projeto independente promove encontros musicais e ocupa espaço alternativo ao tradicional festival, abrindo caminho para novas conexões artísticas e fortalecimento da cena cultural regional
No dia 20 de junho, realiza mais uma edição de suas jam sessions no quiosque ao lado do palco da Lagoa do Iriry - Foto: Divulgação
No dia 20 de junho, realiza mais uma edição de suas jam sessions no quiosque ao lado do palco da Lagoa do IriryFoto: Divulgação
Rio das Ostras - Quem frequenta o palco Iriry, do Rio das Ostras Jazz & Blues Festival, sabe que é um dos espaços mais múltiplos artisticamente. Quem a por lá acaba assistindo outras formas de arte e música independente. Uma delas é o movimento “Isso não é Jazz e Blues”, idealizado pelo músico Diogo Spadaro. No dia 20 de junho, realiza mais uma edição de suas jam sessions no quiosque ao lado do palco da Lagoa do Iriry.
A iniciativa, que surge como resposta à concentração de holofotes no prestigiado Rio das Ostras Jazz & Blues Festival, propõe um espaço alternativo onde artistas locais e regionais podem se apresentar, improvisar e dialogar musicalmente, fortalecendo a cultura local e criando novas possibilidades de circulação artística. Criado em 2019, o “Isso Não É Jazz e Blues” chega à sua quinta edição como um movimento paralelo e complementar ao festival oficial de Rio das Ostras, cidade reconhecida nacionalmente pelo evento internacional de jazz e blues que atrai milhares de pessoas a cada ano.
“Nosso objetivo é criar um ambiente de liberdade criativa, onde os músicos possam se encontrar para trocar experiências e criar música de forma espontânea”, afirma Diogo Spadaro. Ao lado de artistas como Denisson Caminha (bateria), Matheus Jazz Bass (baixo) e Cau Barros (percussão), Spadaro integra a banda Freetação, que lidera as jam sessions desta edição.
A ideia, segundo os organizadores, é criar um espaço horizontal de expressão artística. “É uma ocupação cultural simbólica, que amplia a oferta cultural da cidade durante o festival, mas também aponta para a necessidade de espaços permanentes de experimentação e circulação de artistas locais ao longo do ano”, completa.
O evento ocorre logo após as apresentações de Coco Montoya, guitarrista norte-americano com longa trajetória no blues, e da banda sa Ozma French Explosive Jazz, ambos no palco oficial da Lagoa do Iriry. A escolha do horário e do local é estratégica: ao aproveitar a movimentação de público do festival, o projeto consegue atrair mais ouvintes e ampliar o alcance dos artistas regionais.
Além de contribuir para a visibilidade dos músicos locais, o projeto também se articula com outras frentes de ação cultural. Diogo Spadaro é um dos responsáveis pelo selo musical “Isso Não É”, que documenta produções autorais da região, e já integrou coletivos como o Mucambo e o Música da Cidade, que reivindicam maior investimento em políticas públicas para a cultura em municípios do interior do estado.
A crescente adesão do público e a participação de artistas de diferentes estilos apontam para a consolidação do “Isso Não É Jazz e Blues” como uma alternativa legítima no calendário cultural de Rio das Ostras.
Enquanto isso, os sons seguem ecoando pelas margens da Lagoa do Iriry — provando que a música pulsa para além do palco principal, e que a arte, muitas vezes, nasce nos encontros espontâneos.
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